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Pirações de uma pretinha.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vendo coisas...


A minha paranóia é constante, 
Está em todos os lugares! 
Está na mulher que comenta sobre meus cabelos altos. 
Está nos bairros periféricos sem luz, 
Está na ladeira da montanha, 
Está nas novelas e suas empregadas. 
A minha paranóia é constante, 
Está nos comerciais de televisão, 
Está na negação da cor e das cotas, 
Está na atendente de shopping, 
No segurança de shopping. 
A minha paranóia é constante, 
Está nos apelidinhos carinhosos, que eu adoro. 
Macaco, Negrinha, Ladrão, Marginal, Assassino, Brown... 
A minha paranóia é constante, 
Está no elevador de serviço, 
Nos salões que não cortam meu tipo de cabelo, 
No batalhão de negras e não-negras do Corredor da Vitória às 06:00 da manhã. 
A minha paranóia é constante, 
Está com Tia Nastácia na cozinha, 
Com Monteiro Lobato em Negrinha, 
Está com as protagonistas negras da Cor do Pecado, 
A minha paranóia é constante, 
Dorme e acorda comigo e com o mundo, 
Num Salvador, que não salva ninguém.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Compartilhe-se

Sejamos como os primatas,
Compartilham colo,
E piolhos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Se não morro. (À você, Amor)

Morro de medo de não ter o que escrever,
De acordar pela manhã e perder as cores,
Medo de ensurdecer para os barulhos diários, não tão bonitos.
E pros bonitos também,
Morro de medo de perder os teus sorrisos matinais,
De perder a hora do crepúsculo de teus olhos.
Morro de medo de perder tuas risadinhas entre dentes por vezes encarceradas,
Medo mesmo tenho, de perder tua prisão de abraços,
As palmas que teus cílios batem em meu cangote,
Eu morro de medo de perder teus suspiros noturnos,
Medo, muito medo eu tenho de perder os calinhos de tuas mãos passeando meus ombros,
Morro de medo de perder os passeios vespertinos de tuas mãos por meus cachos escuros.
Morro de medo...

Medo, medo mesmo eu tenho de perder as correntes de ar cheiroso que exalam de teu corpo,
Capim silvestre.

Morro de medo de perder todos os dias que combinamos dividir.
Se não Morro de medo,
Vivo pra sempre, de certo, em ti.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Velha

Pior do que não ter esperança, 
É achar que ela morreu... 

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pericarpo

Meu coração por ti bate, como um caroço de abacate.
Não duvide, há de ser verdade.

Oco,
Sozinho,
Desolado,


Só não sorri, quem assim, ouviu-o bater.

Lançamento de meu livro!

Pensei em fazer, no dia do lançamento de meu livro,
Uma suntuosa festa!
Vinho, Canapés, flashes e letras.

Mil desculpas aos desavisados que não puderam comparecer.
Lancei já, o famigerado...

No dia em que digitei,
Com timidez e descrença a primeira letra desse nefasto

                                                                                          [blog...]

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Féria, Férias.

Namorar,
Dormir (direito),
Nadar,
Arrumar armário,
Olhar, enxergar,
Ler, reler,
Sorrir,
Pôr-do-sol,
Música boa,
Praia,
Cama,
Estrelas,
Poemas,
Amigos,
Cachoeira,
Rio,
Filme,
Brigadeiro,
Pipoca.

Férias...

Poema cansado.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eterno Retorno.

Na cama,
Esses dias,
Eu,
Aos vinte e seis anos do segundo tempo,
Acordei molhada,
Na verdade ensopada, pingando...
Um círculo encontrava-se ao meu redor, assustei-me.
Os lençóis em ninho,
Visitavam um rio qualquer.
Voltei a ser criança e sonhava-me embevecida em fluidos e pluvios.

Ok.

Sem meias palavras molhadas,
Voltei a sonhar feito criança!
...
E fiz xixi,


Na cama.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Surdo ruído.

Posso ainda ouvir,
Gritando aqui por dentro, mudo,
Esse coração,
Nas barulhentas noites lá de fora ...

Bate sozinho.
Esse tolo.

É saudade.

Sentindo ou Sem nome.

E isso agora?
Doendo,
Escorrendo,
Vertendo,
Matando,
Sofrendo.

Isso, sim e basta.

E essa dor,
Moendo
Rasgando,
Espumando,
Rodando,
Verbalizando,
Roçando,
Mangando,
Cifrando,
Matando,
Morrendo.

E isso, sem nome...

Com fome...

Partindo,
Lembrando,
Cintilando,
                                                       Saudade.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dona

A minha poesia é minha! 
Não venha explicar o meu ponto e vírgula, 
Nem parafrasear meu verso sem métrica ou jargão. 
A minha poesia é minha! 
Minha filha, 
Minha Mãe, 
Minha língua, 
Meu poder, 
Minha míngua. 
A minha poesia é minha!
Os pontos são meus, 
As vírgulas polvilhadas onde quero, 
O acento senta onde mando.
Poesia de adjetivo... 
Poesia de mulher, 
Poesia de Cor, 
Poesia, 
Revoltada, 
Ressentida, 
Recalcada, 
Remontada, 
Retruncada. 
Poesia de adjetivo, 
Poesia menor, 
Marginal, mal engolida, 
Mal amada, 
Mal comida, 
Mal tratada, 
Mal ouvida. 
Poesia de adjetivo, 
Poesia latina de latidos, 
Poesia,
Panfletária, 
Participativa, 
Permeada, 
Premiada, 
Pulsativa. 
Poesia da Dor, 
Poesia do Caos, 
Poesia do mal. 

A minha poesia é minha! 

E dói, onde eu quiser.



10 Questões de Gênero.

1 - Quem lava todos os pratos?
2 - Quem prepara o lanche de toda turma?
3 - Quem lava a roupa estendida no varal?
4 - Quem limpa tudo, faz o rango, streap tease, amor gostoso e torrada?
5 - Quem trabalha, dirige o tanque, pilota o fogão, flutua na vassoura, esquenta o feijão e espanta a poeira?
6 - Quem?
7 - Quem apanha, chora no escuro, passa fome e morre ali?
8 - Quem ganha boneca pra ninar, pano pra passar, geladeira pra limpar, no dia das crianças?
9 - Quem faz de conta que é uma bunda só pra sair do barracão?
10 - É você?

... Eu é que não sou...

3,14

A Dúvida é uma constante,
E pergunta-me sempre o que não sei responder.
Cri, cri, cri, cri, crise.
Ecoa nos becos e corredores de mim.
Esse grilo cinza que não posso, por ora, esmagar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sopro / Poema tolo.

- Dr. Tenho um problema no coração, estou sem paixão... O que me indica?
- Hiiiii, Seu caso é grave!
-Pessoa sem paixão! Quero bem longe de mim! Enfermeira?! Aplique aqui, um sopro, no coração!!!

De pronto, amor correndo nas veias.
Nem, não.
Tudo que gostaria de ter feito foi em vão,
Foi no vão.
Eles foram ou vão.
Não fui e nem fiz.

sábado, 2 de outubro de 2010

Tatoo

Rascunho humano,
Lê-se em mim todas as folhas do mundo.
Textos gritantes,
Isso e ponto.
Constantemente em construção uma folha de papel,
Em rabiscos cortantes.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nada poético.

No meio do caminho tinha uma racista,
No meio do caminho tinha...
Uma racista...

Nunca mais apagarei do negro de meus olhos, esse acontecimento.
Que no meio do caminho...
...tinha...


                                                                                        ... um racista.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lição de casa

Joãozinho levanta o dedo e grita:
-Mas e afinal onde fica e qual a cor do Egito?

À


Meu livro,
Será grandiosamente dedicado,
Em letras garrafais, monotype corsiva,
A Bloom, Espinheira e Mainardi,

Junto com eles,  todos os ressentidos - canônicos - ocidentais de boca torta.

PV

O corpo é o lixão da mente.
E o louco, um sustentável campo verde.
Hoje quero aparecer louca,
O mais in possível,
O que for cabível para transbordar.
Louca, remarcada, deslocada e invisível.

Amar, Amor

Depois de você,
Tudo que era sólido deslocou-se,
Metamorfoseando-se em certezas líquidas,
Deliciosamente delicadas.

Possibilidades

Entre o vidro e a lâmpada,
Embora haja ínfimo espaço,
Existe sempre,
Um insistente mosquito.


Tinta fresca

Pintei,
Risquei, em mim
Todos os gostos, desgostos
E desejos do mundo.
Rascunho humano.
Para eternizar tudo que em mim lê-se
Posto.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Retorno

Ensaiei todas as mentiras para te receber,
E eu te amo.
Toma, é tua essa verdade.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Quantas vezes por dia você quer morrer?
É! Isso mesmo...
Morrer.

Morrer de ódio,
Morrer de amor,
Morrer de desejo,
Morrer de alegria,
Morrer de tesão,
Morrer de inveja,
Morrer de rir,
Morrer de medo mesmo.
Por favor, por um instante, morra!
E diga-me como é feito.
Morra de tédio,
Morra de pena.

Ao sentir que se é frio,
Nessa contemporânea efervescência.

Morra...

Morra ao menos uma vez cada dia,
Para re evocar a verdadeira vida,

Toda manhã.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

Eu quero devorar-te
Sorver de teus olhos
Todo esse sabor
De mulher catálogo-enciclopédia-blog-livro.

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

Eli

E eu se pudesse,
Tremeria
Ao ler-te.

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

Néctar


A capacidade tua de ver flores,
Sapatos alados, botões que contam história,
Mochilas poderosas.
É isso o que bebo.

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

O computador está na porta,
Nas janelas a borboleta Mara
Prepara-se para cantar.
De botas tipo plataforma,
A poesia dela espoca.

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

O que quero com a literatura...
Nascer,
Morrer,
Curar,
No mais do clichê, emocionar.
Eu quero ser Espanca, Grossmann, Apoena e Chiossi.
Eu quero ser um livro,
Um buquê,
Um pôr-do-sol
E um nome.

Little things (Poemas produzidos nas aulas de Literatura e Outras Linguagens com a Prof. Dr. Eliana Mara Chiossi)

E eu que queria com elas poder escrever histórias.
Lindas mãos de unhas salpicadas.
Róseas pétalas agitadas,
Cavalgam - me sob ventos uivantes,
De cutículas bem feitas.
Suas mãos,
Desde sempre.
Fico easy.
Manicura da beleza,
Com essas mãos literárias,
Lufadas de esmalte primavera.

sábado, 7 de agosto de 2010

É que hoje acordei com esse sentimento tinindo no peito,
E é justo dizer a você que é mesmo assim.

Vamos nos separar talvez,
Vamos amargar a falta,
O escuro, o vazio e o silêncio.
Podemos até andar por margens longínquas, dizer palavras difíceis ou nada...
Podemos ser tudo, muito, alguma coisa, muita coisa.
Olhar no olhar, falar com ele.
Chorar.
Ser indeciso,
Ser mandão,
Ser egocêntrico,
Ser sério,
Maluco.
Falante, matraqueiro, batucante, saltitante e estranho.

Podemos viver cada um em um buraco,
Do mundo,
Ou do universo... Não sei.
Podemos ser enfermeiro, psicólogo, farmacêutico, advogado, cientista, professor ou criança.
Sem idade ou com idade. E entender tudo.
Podemos ser de discursos, de risadas, de choros, de nojeiras, de sono ou de cachorro quente e suco... Ou de água e violão.
Podemos ser de certa forma, ou da errada...
Das páginas dos livros, dos mesmos livros, da mesma banda, do grupo...
Podemos dizer a mesma coisa ou nada.
Podemos dizer a mesma coisa ou nada...
E com os olhos.
Pensou nisso?


Podemos ser da mesma família, ou da família que se quer coroar.
Podemos ir e voltar durante anos, durante um choro ou um aperto de mão.
Podemos dizer a mesma coisa ou nada.


Mesmo assim, um amigo entende.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

De Morais

E na vida perdemos tempo com coisas e pessoas que acabam por ser as vezes, pequenas ou grandes coisas...
-Nem era grande coisa, mas era alguma coisa.

E essa de dizer: você foi quem perdeu, não eu!
Sei, é que
Somos uns perdidos na constante procura...
Se perdeu, é por que não achou...
Se perdeu, de você e dos outros olhares.
Das câmaras dos olhos ávidos por uma miragem confusa.
Na caixinha do Achados e Perdidos, alguém me encontra...
Não se perdeu, só não se sabe onde está!
O mundo é um ovo sem ser oval,
As pessoas uns pontinhos locomotivos.

Loucos e emotivos...
Gracinha dos dias de encontrar, passar por eles e nem ver,
Passar por elas e se sentir,
Sentir o arrepio calado e sincero das almas afins...

-Achei!
-Como assim achou?

Vâmo bora com tanto encontro e desencontro pela vida.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Solicitação

"Só por que uma pessoa não te ama com toda a força e vontade, não significa que ela não te ama com tudo que pode."

...............................................................................................

Só quero que me ame,
Com os olhos vidrados,
Com a boca seca,
Com os dias azuis e as janelas abertas,
Quero que me ame como a mais nova das amantes do rei Henrique,
Me ame com o frescor das auroras intermináveis,
Me ame como os amores de verão,
Ou as promessas em tardes de inverno,
Me ame.
Ame-me.
Me ame com o suor das noites a dois,
Com o calor da cama quente e salgada,
Me ame como uma criança sedenta de seio materno,
Me ame... Só o que peço.
E me ame como um escravo a sua carta,
Me ame como um bezerro, ama as manhãs.
Isso é tudo. Isso e pronto.
Amar e amar com tudo que vê e sente,
Com a respiração, os pelos, os desvelos, a carência, os medos, as lembranças, as cenas, todos os casamentos, as decepções futuras e as que se foram, é só amar.
Me ame como em um poema que explica o que é amor, àquele que mais sabe do que ele é feito.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um Fosso (A.Pitombo)

Quando na verdade, deveria dar a você toda a música do mundo.
Penso, Talvez eu nem te abrace mais,
E você que é tão grande...
Deixe estar, que essa saudade vai me cavar fossos enormes...

Sua sinceridade Clariciana,
Seu cheiro sincero
Que nem jaca,
Sua pele macia e seu abraço grande,
Seu sorriso largo e meu,
Sua insistência, sua paciência,
Sua demora,
Seus ares de peixes de não guardar rancor,
Sua habilidade de me fazer criar histórias,
Sua amizade de longe,
Seu modo de me dizer as coisas,
Sua maneira simples de me fazer chorar,
Sua invenção de ir embora,
De me deixar só,
A enxergar você nas meninas da rua,
Sua ausência,
Sua capacidade,
Suas trufas,
Nossas viagens,
Nossas fotos,
Nossos votos,
Uma verdade que é sua,

E a saudade que é só minha.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Divãneando

Meu saco vazio,
Parado em pé,
Ali bem em frente ao divã.

Minha boca,
Esvaziando tudo,
No saco do terapeuta.

Eu transbordando de coisas que não enchem mala,
Mas sacos...

Imitações...

Homens falantes,
Levantem as mãos.
E digam o que sabem.
Diga,
O que leu,
Ouviu,
Reproduziu.
Citações ambulantes,
Sem referência,
Grifo,
Ou nota de roda pé.

Você é citação,
Discurso neutro,
Ciência de homens,
Inscrições de si,
Na falação do outro.
Ele poderia ter esperado,
Poderia ter me ouvido,
Meus gritos de súplica, ódio, ansiedade,
Ele poderia ter visto meu olhar de cólera,
Minhas batidas esmurradas eu seu peito,
Ele poderia ter visto minha insistência em reanimá-lo,
Ele poderia ter entendido,
O quanto eu já não podia viver sem ele,
O quanto tocá-lo pela manhã já fazia parte de mim,
Ele poderia ter entendido,
O quanto era importante pra mim ficar com ele nas madrugadas,
Poderia valorizar o lugar que eu lhe dei em minha casa, meu quarto, meu colo,
Ele poderia ter visto que pra ficar com ele paguei caro,
Muito caro...
Ele simplesmente se recusa a viver,
A sobreviver ao meu lado,
Poderia ao menos considerar,
Aceitar os comandos.
Só eu sei o quanto me doeu,
Ouvir do meu homem de confiança:

"-Seu computador queimou"

quinta-feira, 27 de maio de 2010

25/05/10.

No dia em que eu morri,
Um moço tocava chorinho na flauta,
O sol ardia em tons grossmannianos de gema,
O mar gritava em ondas dantescas,
Pessoas iam,
Vinham.
Carros trabalhavam,
Folhas caíam.

No dia em que morri,
As gramáticas ainda ditavam,
Você assistia aula,
Um bêbado cantava,
Um inseto em sua pequena existência,
Voava.

E eu,
Morrendo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Aula

Os intelectualóides,
De canto de boca,
Babam nas salas de aula,
Querendo ser um professor, profeta...
Pseudo Sapientia, clamam um acerto!
A cada palavra dita,
Ou copiada,
Que nojo!
Ó Barthes!
Tangei para debaixo dos tapetes,
Esses fraudianos.
Nojentos homens, mal amados,
Barbudos, cópias verdadeiras do "Hermano",
Mal trapilhos ricos,
Plageando Raul,
Não sabem nada,
Não dizem - sentem nada


E fingem.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Você (Andressa Pitombo, saudade)

Uma parte de ti vive em mim,

Uma parte de você esteve aqui...

Há muito, muito tempo.

Uma parte de tua boca, teus sonhos e dores,

Vivem aqui,

Eu juro.

Agora,

Volta logo e relembra-me quem sou.

domingo, 2 de maio de 2010

.

"O tempo não navega remando"

As vezes, como um caronte,

Vai vagaroso,

Vingando,
Voltando,
Vertendo,

Velando.

Esferografia

Escrever é amar.

É sim.

Ou não?

É vício, caneta,

Papel

e

Mão.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ouço Sininhos...


Um oco no escuro do auto do tempo,
Um vazio que oceano nenhum preenche,
Azia constante em universo interno.


O que um olhar desperta,
Só mesmo ele para matar.


Veja,


Constate,


Mate.


Matar um amor, é assassinar uma fada.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mimos (À Gil Cardoso)

Desses presentes todos que me traz,
O melhor é teu olhar,
Na espreita segura,
De constatar que gostei.
São flores, ainda que de retalhos,
Livros doces,
Doces inteiros...
Sem contar os enfeites de geladeira.
Nossas viagens serão lentas,
Inesperadas e ensolaradas,
Nosso amor, ainda que duro,
É válido,
É nosso.
Toda vez que me traz um presente
Digo logo ao embrulho em dobraduras:



-É um amor.

domingo, 25 de abril de 2010

Rótula ou Poema de criança.

Um joelho é só mais uma peça,
De um quebra-cabeça que as vezes dói.
Um joelho é a engrenagem de um corpo.
Mecanismo vai e volta nessa rótula sem rota.
Um joelho é assunto para aulas, consulta ou indaga de avó.
Um joelho é só um joelho,
Quando não se dana a doer.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

sms de grego

Hoje acordei com uma canção nos olhos,

Acordei com iniciativas de avisar a você,

Que por mais que pareça difícil,

Há sempre algo que você pode e deve.

Pois faça!

Mude,

Fale,

Seja,

Veja.

Hoje é o dia mais certo para isso, duvida?

Então deixa para amanhã...



E não diga, que um dia, com boas vontades e intenções,
Com um sol na mão, um sorriso nos cabelos, um mar na boca, com estrelas e asas nos pés,
Como Hermes, um dia desses,





Eu não avisei.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Bueiro

O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira)

Dentro do ônibus, uma na frente a outra no banco de traz.

Jujuba, paçoca, mendorato.

Ops, lá se vão papéis pela janela...

- Senhora por que jogou o lixo pela janela?
- Ninguém mais quer aquilo! Coisa que não serve mais... Ninguém vai reclamar e é trabalho pra gari.

MANCHETE:
Mulher é atirada janela a fora de ônibus!

JUSTIFICATIVA:
Legítima defesa,




do planeta.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Kurting

Era uma vez, dentro dos meus olhos,
Um menino que ria com tudo.
Com o corpo, com a alma, com os dedos.
De sua boca, caiam Medéias, suspiros e ele.
Ele todo, gingando, vertendo, sorrindo e sonhando.

O menino que sorria de todo.

Me trouxe dentro de uma caixa,
As mais belas torturas,
Daquelas de olhar e não dizer,
Mas ele disse e me diz sempre,





Quando apenas sorri.

domingo, 4 de abril de 2010

Micro e soft

Minha vida toda,

Uma constante formatação...


(Com e sem direito a back up)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pai

Qual a pior saudade?

Existe uma pior?

A de quem foi, mas está?




A de quem foi e nem tem como e quando,




[...]




VOLTAR.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A nado. (À Andressa Pitombo, A amiga.)

Esse sentimento duro,
Devastante e seco.
Suas idas a lugares sem fim,
Sua mania de nada rejeitar,
Seus olhos que nadam em tudo ou nada.
Peixinho arredio...
Chorei saudade pra você nadar.
A sensação que se tem,
É que teus olhos não voltarão ao seu pouso,
Minha palavra.
Nossas viagens, risonhos risos rasgados...
Eu te amo,
Com escamas, cauda, guelras, rio, nado,
Nada,
Me separa da tua amizade.
Peixinho perdido...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Aborto

Quando um poema nasce,
Morrem todos os outros,
As dicotomias,
Nascer e morrer, por exemplo...
A diferença é para que lado se vai...
Poesia para dentro.

Obrigar um poema a nascer,
É árido,
Inválido,
Decepção.

Decepação.

Rolam cabeças e idéias.

- Fazes um poema para mim?

Lá vou eu abortar uma rima...

Saldo

Nenhum preto a menos.
Esse é o saldo.
Nenhum corpo preto estendido na calçada,
Nenhuma Mãe aos prantos sem consolo.
Nenhum sonho sem fim,
Nenhum preto a menos.
Nenhum.
Nenhum peito a esmo.
Nenhum riso ao léu,
Nenhum preto a menos.
Esta é a minha conta do mês.
A cota, o número da vez!
Nenhum preto a menos.

Nenhum!!

Aí sim, acertaremos as contas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Introdução ao amor I.

Paixão.
Matéria que antecede o encanto.
Encanto.
Disciplina que antecede o amor.
Amor.
..........................................................................
Fiquei sem dicionário.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Saudosismo definido

Saudade,
São fotos antigas num cantinho do tempo,
Saudade,
É música de Enya, sozinha no quarto,
Saudade, é o ruído do sorriso
De quem não volta mais,
Saudade, é apartamento cheirando a:
"A gente se fala."
Saudade é alguém dizendo:
"Se cuida."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mágoa?
É uma plantinha em busca de água.

Aos porcos

Pior do que ser infiel
É ser desleal.
Mais ou menos como
Não ser digno.
É a representação plena
Da falta de consideração.
Seja por amigos, amor, ou nada.
É mesmo como
"Atirar pérolas aos porcos"
E mesmo um porco
Saberia o que fazer com elas...
É descarregar um filme
De momentos confiados,
É ser perverso, entende?
É a diluição das coisas boas,
Que você queimou.


Confiança, é um prato que se come frio.



Quero minhas pérolas de volta.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Brincadeira Baumaniana ou Da liquidez amorosa

Desde que a ti VISUALIZEI,
Meu coração TRAVOU,
DELETEI todos os Outros,
E intensifiquei os MEGA PIXELS.
Não via mais como não IMPRIMIR estes momentos.
Não sei, mas você não ficava ON LINE.
E eu sempre OFF, a down.
Decidí!
FORMATEI o tempo,
RODEI os programas, JUSTIFIQUEI os medos,
EDITEI as lágrimas.


Chega!

RESETEI...


Vou REINICIAR.

Contemporânea Fome

Meu estômago vibrou.



Não atendi.



Caiu na caixa.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Presente (À Felipe Lobo)

O que posso te dar,
Que não me cobre, não gaste cobre, não olhe e cobre?

O que posso te dar,
Se não horas em sebos, livros de cheiros, e Coca?

O que posso te dar,
Se não poemas?
Pôr-do-sol,
Conselhos e chá...

O que posso te dar que não se configura?
Não se formata?
Sem figura, fotografia e adeus.

O que posso eu te dar,
Que me julgue satisfeita?

A-M-I-Z-A-D-E.

Num copo cheio de dias.