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Pirações de uma pretinha.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amor é isso (À Andrey Oreszco , Guilherme Dourado e Noca)

Perguntando sobre o que é o amor
Vi você
Vi seus olhos,
Vi a vontade
De dizer bom dia e não receber nada em troca.
Perguntado sobre o que é o amor
O poeta respondeu:
“O ganho não previsto”
Amo tanto e torto, mas amo.
Amor é isso,
É ir à praia perigosa e levá-la pela mão,
É ter fé nas coisas não vistas,
É acordar e respirar fundo por que se tem muita coisa pela frente,
É olhar nos olhos e entender meio mundo,
É seguir a estrada sabendo e não quem estará lá,
É beijar a boca e girar meio peito,
Amor é isso.
É ter nas mãos o futuro de alguém,
É ter nos braços o filho do mundo,
É ter no carinho o peso de saber que tua mãe é tua filha e será outra vez tua mãe.
Amor é isso.
É responder com mil significados a pergunta que não se faz.
É ser feliz mesmo com medo,
É ter certeza na dúvida que trás sempre esperança,
É tentar ser.
O amor é isso.
É se sentir feio e enxergar no feio a maior beleza de ser único,
É ser unicamente belo no meio de tantas belezas.
O amor é isso.
Escrever pensando em três pessoas
Três palavras:
- Eu te amo.
É dizer sem esperar nada em troca,
E dizer todo dia,
É esperar ouvir do fundo
E não saber o que significa.
É isso o amor.
Amar,
Amar sempre, sem significados,
Sem medo,
Renovando...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Manias

Tenho manias...
Escrever só com lápis de carvão,
Levanto sempre com o pé direito,
Escrevo o que quero esquecer num papel, rasco e queimo.
Escrever algo que não pareça comigo, nem contigo,
Escrever para botar pra fora e exorcizar,
Você não entende...
Só se tem o que se pede, verdade...
Juro que é assim.
Pedi tanta coisa e nem me lembro mais,
Mas elas acontecem, me tiram pedaço, me arranham, me fazem rir,chorar,
Me matam.
Quando o peito me dói, tomo remédio e condenso o choro.
Manias...
Não passo na faixa pisando no branco,
Não saio de casa sem dizer a mim mesma:
-Vá com Deus.
Na falta de vozes converso comigo mesma e finjo
Que é meu Anjo de Guarda quem responde.
Não consigo redigir em máquina de escrever.
Sofro com meu olfato apurado
E com minha visão desfocada,
Eu me olho no espelho como se estivesse diante de câmaras da Globo.
Passo óleo corporal como se fosse dormir com Meu Amor,
Perdi algumas manias.
Adquiri novas.
Fico roendo o canto da boca, tiro cera do ouvido todos os dias de manhã...
Quando me visto pra sair, danço pra ver se a roupa vai combinar.
Manias.
Quero assumir ao mundo que lavo calcinha depois do banho
E que quando acordo,
Penso em mim.
Mania terrível essa de querer matar.
Sem conseguir.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe II




Quantas vezes eu quis levá-la a praia
Para exibirmos nossos biquínis
Quantas vezes quis, deitar em teu colo.
E falar de meus amores, desamores.
Como quis ouvir tuas músicas
No quintal ao sol...
Quantas vezes sei, que tu querias me ninar.
Quantas vezes desejei dar lhe, boa noite.
Quantas vezes quisestes gritar ao mundo
“É minha filha”
Como quis comer teu feijão
Pentear-lhe os cabelos
Quantas vezes segurou minha mão
Sorriu-me com tuas falhas
Eu sei, brigamos.
Mas, quem não o faz?
Quantas vezes eu disse
“Vou fazer”
E mesmo sabendo não ser bom me apoiastes
Quantas vezes errei contigo
E apagastes com a borracha da vida e o esfregão do tempo
Por quanto tempo não fui tua filha!
E tu seguiste sempre sendo
Minha Mãe.

Mãe

Foi assim que a olhei
Ali, tão a mercê de mim.
Tão pequena e inocente
Tão minha...
Por mais que não dissesse
Eu a amava
E chorava
E ria
Assim mesmo tão complicado e simples
Não te vi. Quanto tempo...
Um dia veio me pedir conselhos.
E eu como toda boa mãe, entreguei todos eles.
Sei. Sou tua única mãe.
Sua filha tão grossa e singular.
Tão ponta de faca.
Tão areia nos olhos.
Sua filha-mãe.
Sente-se em meu colo...
Cuido-te, tome seu chá e venha dormir.
Minha filha.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Esse mundo



Esse seu mundo chega a me magoar,
Já não sei como entrar
E sair.
Não!
Seus olhos ficaram escuros, tuas mãos já não tocam
Ao mesmo modo.
Naquela noite, tu saístes correndo
Porta a fora
E eu atrás.
Mas ficou num lugar que eu já não posso ir.
Nem eu posso
Nem tu deixas...
Volta.
Volta daí criança presa,
Volta pra tuas plantas,
Pra teu gato,
Pra tua casa,
Pra tua filha.
Nesse teu mundo de vozes e olhares
Eu já não caibo
E não me cabendo desespero-me,
Sendo má,
Sendo só,
Sendo pó.
Cansei de me lembrar de coisas passadas e sofrer de novo, e sempre e toda vez.
Eu não disse que te amo, eu disse que sou o amor teu.
A loucura e a sanidade são irmãs de sangue, parentes separadas, por linha tênue.
Já fui lhe visitar, mas só cheguei à porta...
Eu não sei mais brincar disso que pões,
Eu não quero me perder nesse labirinto cerebral,
Eu não quero te perder outra vez,
Não tem graça brincar de ser grande e só.
Volta daí,
Que tem muito aqui fora te esperando...
E a gente tem muito que se ensinar.

Leis

A partir de hoje
Fica terminantemente proibido
Chover aos domingos, feriados e dias de solidão.
Fica eminentemente decretado,
Que as meninas apaixonadas podem fazer escândalo
E que meu coração é só seu
E de mais ninguéns
Iguais a você.
Fica decretado e com respeito
Que homem bonito
Pode amar mulher feia
E vice-versa.
Fica certo que de hoje em diante
Tomar banho de mar
Em plena segunda-feira de trabalho
É legal.
Decreto lei que se faz forte.
E que todo o chocolate do mundo
Não te fará engordar
E que se você estiver triste,
Pode comprar sorrisos na vendinha do canto da rua.
E a prazo!
Fica determinado que o teu futuro
Será brilhante e que teus filhos vão se orgulhar sempre de ti.
Fica certo que todo ser humano deve reciclar,
E passear de mãos dadas com seu parceiro aos 80 anos no jardim da praça...
Fica acertado de todo, que o amor deve aparecer em nossas vidas
Pelo menos uma vez...
Ao dia.
E que todo ser humano tenha um fone de ouvido interno, tocando sempre a trilha sonora de sua vida...
Fica decretado a partir de agora
Que eu e você
Amaremos-nos sempre
Hoje, amanhã e na próxima estação...
Lembrando que se for inverno,
Não pode chover!
A não ser que se entre com recurso
E ainda assim
Só se for onde se necessite dela...
A chuva.
Em outro interior vale,
Por que meu coração e o seu,
Eu sei,
Já não agüentam mais guardar essa chuva triste e...
Sem fim.

sábado, 2 de maio de 2009

Tempo é dinheiro



Dinheiro da internet
Dinheiro do telefone
Dinheiro do celular
Tempo para o amor
Tempo para sair
Tempo para dormir
Tempo para trabalhar
Tempo para viver
Tempo para estudar
Dinheiro pra sair
Dinheiro pra viver
Dinheiro pra viajar
Tempo para conversar
Tempo pra mim
Dinheiro pra você
Tempo é dinheiro.
Meu relógio parou...

Meu viver sem cortes.

Sinto saudades dos amigos
Não consigo chorar,
Falo espanhol e um pouco de inglês.
Tenho amigos?
Falsos amigos e amigos distantes...
Não tenho apetite, mas tenho fome.
Ouço música pra sofrer.
E não consigo sorrir quando alguém diz que devo.
Amo antidepressivo
E as coisas.
Mas não consigo fazer isso às pessoas.
Não sou de verdade,
E odeio mentira.
Eu sou uma montanha de coisas fáceis.
De medos,
E lágrimas.
Odeio drama, mas vivo com ele.
Odeio a minha falta de sensibilidade,
E o peso nos meus ombros...
Sou desequilibrada a qualquer momento...
Sinto-me só,
Sinto-me mal amada.
Tenho horror a isso, mas sei
Que sou assim.
Às vezes quero matar o computador e assassinar meus textos
E fazer viver, algumas pessoas que já morreram.
Meu estômago é fraco e eu também.
Minha vida é uma sucessão de grosserias e desafetos,
Além dos fracassos amorosos...
E das frases incompletas.
Agora você me fale aí a verdade!

Meu viver, não é nada poético.