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Pirações de uma pretinha.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

E da falta de inspiração nasce a rima,
A tortuosa poesia dos dias,
Que aparece nas flores da janela,
Nas cores da favela.
Eu vazia e cheia,
Me perguntando sempre,
Cadê poesia?

quinta-feira, 21 de junho de 2012







Homo

Eles se gostavam muito. 
Ele gostava dele. 
E era tão fruto, era tão flor, era tão puro. 
Que deu certo.



Volare 

Viaje, nem que seja ali pra perto. 
Viajar é ser outro. 
Nos km que os Quilômetros têm. 
Viaje. 
Quando fui pra Ilha me senti mal, 
Muita água embaixo das coisas, 
Muito oceano separando terras, 
Água demais pra nos aguentar. 
Quando fui pra Andaraí me senti família. 
Quando vou em Feira sou A sobrinha. 
Quando vou pra Simões Filho, professora. 
Quando fui pro Rio Grande do Sul, cubo. 
Quando vou pra Ibititá, filho pródigo. 
Em Aracaju, sou saudade. 
Quando vou para o Capão me sinto em casa. 
Quando fui pra Brasília, rainha de lugar nenhum. 
Quando fui pra Campo Formoso eu era importante. 
Uma vez em Ilhéus, aventura. 
Viaje. 
Viajar é se fazer outro em cada lugar. 
Quando eu viajo, eu sou. 
E assim, seja.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Uma vez uma professora me disse que um aluno de nível superior jamais poderia expressar sua opinião sobre determinada coisa com, "legal", "interessante", "bom", "muito interessante"... 
Segundo ela, e hoje concordo, um aluno de nível superior tem sempre mais a dizer. Hoje conversando com um colega escritor-puta-inteligente-fantástico, me peguei pensando como tenho me tornado cada vez mais ignorante, como a internet e a falta de tempo tem me emburrecido e me deixado preguiçosa, sem paciência para textos longos, sem vontade de fazer nada a não ser ctrl c, ctrl v, de verdade!

Tenho visto nos textos de meus alunos, artigos e até em memoriais, textos retirados da internet na íntegra e as vezes com o roda pé... Ví na net outro dia a figura de um jovem vestido de beca em sua formatura, diploma na mão e acima a frase: "obrigada wikipédia!", pura verdade, pura realidade.

O facebook, a internet, a facilidade das coisas e a falta de tempo tem criado seres preguiçosos, sem vontade de criar, para quê? Se alguém provavelmente já o fez? É só perguntar ao Google, o oráculo da modernidade e ele vai lhe dizer o que fazer, onde buscar, a quem perguntar, de onde colar...

Eu perco muito tempo no Facebook, olhando o que fulano fez, onde foi, o que comeu, se malhou, se casou, com quem se parece seu bebê e eu GOSTO disso! Esse reality show diário e eterno, é bom ver como as pessoas gastam seu tempo e dinheiro e afetos, mas sinto que isso vicia e eu não vivo mais sem saber o que a ou b fez para almoçar no domingo com a família...

Meus alunos não gostam e as vezes não leem textos com mais de 10 linhas, a não ser os que estão no 6° ano, ainda não foram contaminados. Eles reclamam, não leem, não sentem curiosidade de saber o que tem ali. Querem fazer tudo digitado, as vezes quase que os obrigo a fazer manuscrito e um deles me responde: " A senhora sabe que eu vou copiar tudo da wiki né?"

Antes de escrever qualquer coisa, que meus alunos não leiam isto, sempre recorro ao google pra saber o que já disseram a respeito e acabo influenciada por algum texto... Como recriminar meus alunos?

A sensação que tenho é a de uma prisão de ventre mental constante, onde o remédio são doses diárias de Google. As vezes eu leio algo e penso, por que não fui eu quem escreveu isso? Ai compartilho, pra melhorar a revolta, é uma forma de me fazer inteligente perante essa metralhadora de coisas inúteis encontradas por ai.

Talvez você nem tenha chegado a ler esse texto até aqui, por falta de interesse ou paciência, mas eu precisava escrever algo e que fosse grande, pra ter de novo a sensação de que fiz algo e me lembro novamente de minha professora que dizia, nada de "legal, bom, interessante..."

Então vai e clica em curti, que economiza o tempo de escrever "interessante" e passa logo pra próxima atualização do feed de notícias.

terça-feira, 27 de março de 2012

A espera de alguém que não vem


Esperança, já disse, arte de esperar, 
Todo dia no quintal
Os olhos olham o vento, 
Sentem o sol, 
Leem as nuvens. 
Nem sinal, 
Asa branca, mandacaru que floriu faz tempo, 
Cadê as águas de março?
E Esperança não morra de sede, de sol. 
Todo Nordestino sente cheiro de chuva no vento. 
Sabe procurar água com graveto... 
E reza mesmo sem querer, com os olhos, 
Quando vê o chão rachar, 
Doido para que o céu chore, 
Enchendo bacias, bolsos e 
Tachos de alegria 
E verde. 
Lá dentro Mãe sorri dizendo: 
- Num chora não e umbora rezar pra chuvê mulhé! 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O futuro é agora.




Esse é o conselho do dia, da noite, do mês, do ano, da vida. 
Chega! Chega de nhénhénhém. 
Se tem que ler, leia. 
Quer colorir o cabelo, seja color! 
Quer viajar, ir embora, arriscar, sorrir, comer a hora é
exatamente esta! 
Não fica ai se reprimindo, imaginando o que a ou b vão
pensar e nem o que c vai dizer, por que o alfabeto tem letra
pra porra e até lá você já escreveu muita história com todas
elas, então ponha essa mão na massa. 
Quer um filho, sonhe com ele e tente!
Quer dizer que ama? É hoje, por que amanhã pode ser tarde demais, com todo o clichê que essa frase traz.
Não deixa pra escrever amanhã, escreveu? Manda.
Quer ligar, quer visitar, quer nadar?
Quer o chocolate, a pipoca, os dois?
Quer olhar nos olhos, beijar a boca, pedalar, suar, amar e 
descobrir... 
Não faça da vida uma lista de coisas a fazer, apenas faça!
A gente planeja tudo, tudinho e morre.
Não se mate aos poucos deixando pra depois ou pra nunca
mais. 
Cada vez que o sol nasce, a vida lhe dá mais uma oportunidade. 
O sol nascendo é Deus lhe dizendo: 
O dia é hoje. 
Por que o sol nasce todos os dias, mas certas oportunidades se põe pra nunca mais chover. 

Vem ser feliz.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Feito cheiro de jaca

Ando meio sem inspiração,

você foi embora


dos meus livros e das linhas 


todas as vezes que te lembro brota de 


mim as linhas vermelhas, laranja e umbu..

.
lembrando teu jeito de equilibrar as coisas


e as malas sempre em arrumação,


e as outras tantas coisas. 


na tarde, num túnel, nos cachos, 


nas amizades mais sinceras


que nem cheiro de jaca, 


assim... sincero.