Pra quem deixa cocô de cachorro na rua,
Pra quem joga lixo pela janela do ônibus,
Pra quem deixa luz acesa a noite toda,
Pra quem usa a função stand by,
Pra quem deixa torneira pigando,
Pra quem joga lixo em bueiro,
Pra quem não recicla porra nenhuma,
Pra quem não tá nem ai...
E para aqueles que gritam para pedir silêncio,
Para aqueles que não fazem a parte do outro nem a sua,
Para aqueles que rezam agora e desejam mal depois,
Para aqueles que não ensinam nada,
Para aqueles que maltratam animais e pessoas.
Também para aqueles que são racistas,
Para aqueles que são preconceituosos,
Para aqueles que não toleram gays,
Nem nordestinos,
Nem paulistas,
Nem cearenses,
Para aqueles que não toleram gays,
Nem nordestinos,
Nem paulistas,
Nem cearenses,
Para aqueles que não respeitam idosos,
Nem cobradores de ônibus,
Nem professores,
Nem o seu País,
Nem a educação,
Nem o patrimônio público e muito menos o privado.
Para aqueles que não acreditam em nada,
Para aqueles que não mudam muita coisa,
Para aqueles que não fazem falta,
Para aqueles que fingem amar,
Para aqueles que espancam crianças,
Para aqueles que não se importam com a África, com o Haiti, com a Amazônia, com a Camada de Ozônio, com a Água...
Para aqueles que não conhecem seus deveres, seus direitos, suas vontades, seus medos e dores.
E ainda para aqueles que não leem,
para aqueles que não olham no olho,
para aqueles que não ouvem,
para aqueles que não dizem eu te amo,
nem por favor,
nem obrigada,
nem com licença,
e boa noite,
para aqueles que nem se quer falam, com as mãos, com os olhos ou o coração.
Para você que não usa o fone,
Pra você que não dá notícias,
Que vive no computador,
Que vive no computador,
Pra você que tortura,
Que não vive,
Não sente,
E para Mim.
2 comentários:
A parte mais perfeita foi o "e para mim" ... eu comecei a ler pensando no "outro", mas a cada palavra, cada frase, cada mancada, me vi, te vi, nos vi, ali expostos num poema de Joanna, de Guerra. Show!
Muito bom!
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