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Pirações de uma pretinha.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Para um psiquiatra partindo.

Olha, não é que eu esteja sentindo a tua falta, mas dos remédios sentirei... Eu sei que faltei muitas vezes, mas tive meus motivos, você melhor do que ninguém deveria saber... E tem também todas as coisas que eu estava programando pra te contar, e tem as coisas boas que aconteceram nessa última semana, espera. Não vai assim sem olhar pra trás. Não, eu não quero morar em você e nem viver de ti, mas eu preciso, olha... Escuta. Não eu não vou aguentar esses carros e essas gentes dentro da minha cabeça. Eu sei que deveria ter te ouvido mais, mas é coisa de terapia, de gente doida, de remédios e a falta deles... É eu me apeguei. É... coisa de terapia. E tem todas as coisas que construí e que preciso lhe contar pra alguém de linha freudiana. Não, não faz assim. É, eu estou sem dormir há uns dias, mas olha. Não, eu não sei. Certo, ok. É que...
Só queria mais uns dez conselhos.


Flores de metal, 
foram as que vi, 
e cheiravam a 
frio.

True colors




Ah, que eu vi uma paixão nesse peito, 
E era grande, 
Era ardida, 
Era intensa e imensa, com rimas. 
Completa como uma música de Phil Collins. 
Uma paixão que quando você respira fundo, 
Ela cresce e cresce com olhos e olhares.
Ah, que ela viveu aqui e mora agora,
Nesse peito com teus sotaques e toques.
Ela mora no meu peito, 
Tem lugar desde sempre.
Eita, que essa paixão me mata toda manhã em que vivo dela.


Essa paixão. 
Beautiful Like a rainbow..
E eu suspiro, e ela cresce,
E eu respiro e ela amanhece.
Assim paixão, repentina, repetida e agreste. 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cecília também não tinha...

Eu não tinha esses olhos cansados, 
Não tinha estrias,
Nem celulites, 
Não tinha pontas duplas, 
Nem triplas! 
Eu não tinha um leve caimento peitoral, 
Não, não tinha. 
Eu não tinha marcas marcadas de espinhas, cravos e comedões. 
Eu nem sabia o que eram comedões! 
Eu não tinha problema com roupa 34, 36 mas 38? 
Eu tinha miopia, agora tenho hipermetropia... 
Eu usava bata por que era confortável, hoje... 


Eu não tinha creme para as unhas, para as costas das mãos, para a palma delas. 
Eu não tinha creme para o dia, para a noite, para dias de sol, dias sem sol, 
Creme para os pés, para as pernas, para a bunda, o peito e os joelhos. 
Eu não tinha creme para a área dos olhos, para a zona T, que eu nem sabia que Tinha! 
Eu não tinha creme para cabelos crespos, armados, rebeldes, indomáveis e muito menos com frizz. 
Eu não tinha creme para os cotovelos, creme pré e pós sol. 
E nem tinha pílulas para dormir, para acordar e para viver... 
Eu não tinha! 
E também não tirava foto pensando na legenda, nem me maquiava pra ir comprar pão... 
Eu não. 
Hoje os tempos são outros, 
Eu tenho esmalte da cor do meu humor, tenho status diário e tenho chapinha, 
Além de ter celular que calcula meu período fértil e me avisa do aniversário de namoro... 
Eu tenho um porta retrato digital, um gato que é gata, uma tia que tem facebook,  
E todo dia antes de dormir minha Mãe me diz "Eu te Amo", 
Por sms.
E você queria o quê? 

sábado, 25 de junho de 2011

Dicionário, nonsense para estudantes de Letras.

Dicionário: Dizer muita coisa ao mesmo tempo.
Gramática: Ciência que estuda o desenvolvimento da grama.
Linguística: Ciência que explica o roçar de línguas.
Psicolinguística: Ciência que explica a língua dos loucos.
Neurolinguística: Ciência que explica a língua do coração.
Sociolinguística: Ciência que explica a língua de sociopatas.
Linguagem: Conversa entre línguas.
ABNT: Álbum de Bobagens Normativas Temporárias.
Fonologia: Estuda o barulho das businas.
Preconceito linguístico: Ato de pré conceber algo sobre a língua do outro.
Prosódia: Bater um papo.
Prosopopéia: Prosa muito comprida.
Morfologia: Ciência que estuda línguas velhas, mofadas.
Pragmática: Estuda eventuais ataques de pragas.
Afasia: Doença que deixa a pessoa sem querer fazer muita coisa.
Sintaxe: Ciência que estuda a língua de taxistas.
Semântica: Trata do sêmen da palavra.
Fonética: Trata da ética do falante.
Chomsky: Onomatopeia para representar barulho de mordida em biscoito.
Saussure: Salsinha em francês.
Variação Linguística: Ato de experimentar mais de uma língua.
Diatópica: Quando é dia em algum determinado local.
Diacrítico: Dia crítico (auto-explicativo).
Diastrático: Dia desastroso.
Crioulo: Mestiço.
Pidgin: Abreviação para pedinte.
Deriva: Se diz da língua solta.
Esquizofrenia linguística: Doença de gramático.
Saco de léxico: Escolha qualquer palavra e fale!
Literatura de auto-ajuda gramatical: Livros do Pasquale.
Pílulas de Sabedoria Gramatical: Isso é certo! Isso é errado!
Terminologia: Ciência que trata do fim das línguas.

E chega de besteira.

Sou eu quem não sabe o que é melhor

Sou eu quem diz:
Quando todas as portas disseram-me, NÃO! 

"Conhece a ti mesmo" 

Todas as respostas e perguntas e caminhos e nãos e sims estavam aqui, 
Bem dentro de onde eu pensei em procurar. 

"Quando tudo está perdido sempre existe um caminho..." 

Os caminhos que me levam a mim, bem redundantemente assim. 
As respostas estão dentro de você, 
Para o que se quer fazer 
E o que não se quer pra si. 
Cansei de perguntar a terapeutas, amigos, ao google e ao espelho. 
Quem sou eu?
O que fazer agora? 
Os livros que compro estão emaranhados na prateleira interior, 
Os filmes que gosto também, 
As pessoas, os dias, as oportunidades.
Esses comprimidos me comprimem... 
E Não, eu não quero mais ter quem me dizer o que
Eu quero ser. 
Parar de me justificar em doenças e atrasos. 
Deixar de mentir pra quem é pior.
Eu minto a mim mesma pra não me envergonhar de meus olhos averiguando, questionando coisas; 
Até quando... O tempo não é de ninguém, é dele mesmo
A gente faz o que tem que ser feito, 
A gente faz... Hoje, o que é de hoje. 
Por que quem nasce pra secretária nunca chega a digitadora
Datilógrafa. Macabéa. 
A minha hora de estrela chegou e quem diz isso, 
Sou eu. 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

If I...


Se eu corresse todos os dias como prometi,
Se eu comesse menos purê de batatas,
Se eu bebesse menos refrigerante,
Se eu acordasse todos os dias as 06:00 da manhã,
Se eu fizesse todos os meus exames ginecológicos,
Se eu fosse sempre à terapia,
Se eu ligasse pra quem prometi,
Se eu fosse toda vez que digo, sim
Se cumprisse tudo que prometi,
Se a dieta começasse mesmo na segunda,
Se "só mais um", fosse mesmo só um,
Se eu não pensasse o que digo que penso,
Se eu lesse todos os livros que quero e compro,
Se eu comprasse,
Se eu pagasse,
Se eu matasse,
Se eu sorrisse...
Se eu olhasse e visse.
Se você disesse tudo o que pensa da gente,
Se eu pagasse toda vez que digo que vou,
Se eu ouvisse toda vez que digo, que já vou,
Se eu não...
Se eu sim...
Se eu.
Se sua Mãe,
Se você cumprisse, se você amasse, se você metesse, se você gastasse, se você fosse... José.
Se todo virginiano, leonino, gatuno fizesse tudo que diz,
As coisas não seriam como são e eu...

E você? ...
Seria?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desaforo nada poético




Pra quem deixa cocô de cachorro na rua, 
Pra quem joga lixo pela janela do ônibus, 
Pra quem deixa luz acesa a noite toda, 
Pra quem usa a função stand by, 
Pra quem deixa torneira pigando, 
Pra quem joga lixo em bueiro, 
Pra quem não recicla porra nenhuma, 
Pra quem não tá nem ai... 

E para aqueles que gritam para pedir silêncio, 
Para aqueles que não fazem a parte do outro nem a sua, 
Para aqueles que rezam agora e desejam mal depois, 
Para aqueles que não ensinam nada, 
Para aqueles que maltratam animais e pessoas. 

Também para aqueles que são racistas, 
Para aqueles que são preconceituosos,
Para aqueles que não toleram gays,
Nem nordestinos,
Nem paulistas,
Nem cearenses,

Para aqueles que não respeitam idosos,
Nem cobradores de ônibus, 
Nem professores, 
Nem o seu País, 
Nem a educação, 
Nem o patrimônio público e muito menos o privado. 

Para aqueles que não acreditam em nada, 
Para aqueles que não mudam muita coisa, 
Para aqueles que não fazem falta, 
Para aqueles que fingem amar, 
Para aqueles que espancam crianças, 
Para aqueles que não se importam com a África, com o Haiti, com a Amazônia, com a Camada de Ozônio, com a Água...
Para aqueles que não conhecem seus deveres, seus direitos, suas vontades, seus medos e dores. 

E ainda para aqueles que não leem, 
para aqueles que não olham no olho,
para aqueles que não ouvem,
para aqueles que não dizem eu te amo, 
nem por favor, 
nem obrigada, 
nem com licença,
e boa noite, 
para aqueles que nem se quer falam, com as mãos, com os olhos ou o coração. 

Para você que não usa o fone,
Pra você que não dá notícias,
Que vive no computador,
Pra você que tortura, 
Que não vive, 
Não sente,

E para Mim. 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Só uma

Uma saudade...
Daquelas que te põe óculos de tristeza na face,
Deixando-nos o dia cinza, cor de nada.
Uma vontade de mirar tua existência e ver arder no olho a luz de tuas retinas como espelho.
Uma saudade, uma não!
Muitas, saudades, essas.
Uma saudade cor de laranja e pêssego que é pra deixar sincero.
Como cheiro de jaca.
Sincero...
Uma saudade dessas que a gente sente e fala com os olhos, cabelos e beats.
E vem batendo como uma finca grega, esculpindo a estátua dos dias,
Assim passando.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gosto!

Eu gosto de cada dobra do meu cabelo.
De cada meladinha da minha melanina.
Eu gosto do buraco que fura meu nariz.
Gosto!
Assim arregaçado!
Eu gosto da indomabilidade dos meus indomáveis cachos rebeldes, como eu.
Eu Gosto!
Vou gritando pelos quartos e cinturas dessa vida.
Eu gosto de mim meio você.
Eu gosto de ser assim.
Meio inteira,
Toda preta,
Toda texto.
Pra você ler!

Tristeza de Busú.

De todo o resto que se foi,
O que ficou foi silêncio.
Foram teus olhos pedindo perdão e socorro.
Na interminável distância dos dias,
Na insustentável leveza de si,
Das pessoas, dos dedos e das mãos,
Sobram teu cheiro.
E tua meiguice,
Teus cabelos,
E nós.
Te desejo e tanto,
E essa angústia?
Que me faz encher um peito,
De vazios, frios e saudades.
E não gosto do frio,
Que é onde sinto teus dedos,
Tocando-me a nuca,
Dizendo-me numa voz seca
E distante...
Adeus
E estás só.