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Pirações de uma pretinha.

domingo, 14 de agosto de 2011

Elegia a mim mesma e a mais dois.

Dizem que quando se vai morrer,
A vida passa pelos olhos em segundos.
Não!
Não é bem assim.
Passam as alegrias, a tristeza, os amigos, os amores, a família e o medo.
Esse, passa sempre.
Em câmara lenta, esmiuçando todos os detalhes do momento.
E você pensa: E se morresse? E se vivesse? E se...?
Os gestos, os movimentos, a vida não faz sentido diante da morte,
O que existe é a sua soberania diante de corpos que por mais fortes que sejam,
Frágeis.
Um vai e vem de braços, pernas e mentes.
Nenhum grito,
Que é pra parecer forte,
O corpo treme sem controle,
O queixo rijo,
Os olhos cozidos...
Dentro de uma realidade que parece ter esvaído com a chuva e o retrovisor.
Os ouvidos mudos e surdos,
Os dedos e as dores somem.
Confusas, as vozes são verdadeiras rochas estremecidas na madrugada, sem postos de parada ou arregos,
E só depois se percebe que a vida ainda está ali,
Pronta pra se dar,
Então não morra.



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