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Pirações de uma pretinha.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

...

E vou continuar sentindo,
Até descobrir quem sou eu e do que tenho mesmo medo.
Vou continuar assim, até vencer a queda de braço,
Que inicio todos os dias ao acordar,
Vou continuar assim, até saber mesmo, mesmo, mesmo o que dizem meus olhos.
E vou continuar,
Até matar de vez,
Tudo aquilo que em mim,

Insiste em viver.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Yo quiero...

Eu quero meus poemas
Traçando ângulos reversos na tua cabeça,
Quero minhas ditas palavras
Circulando sem parar, nos tímpanos.
Quero frases minhas gritando
Na barriga da mídia.
Yo quiero.
Quero mesmo!
Quero minha poesia re sentida,
Sentida uma, duas, cem vezes.
Quero minha poesia canônica,
Mutilando os canos de todas as partes.
Quero versos meus, negros como a noite,
Enegrecendo a dúvida e o receio.
En pretecer, esse é o verbo.
Por que a coisa vai ficar preta.
Querendo ou não...

Quero minha lírica como tranças,
Incomodando em hotéis e praças.
Grita poesia!

Por que eu quero.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Falo

Quando falo,
Falo de mulher,
Falo do ventre,
Olhos, estrela cadente.
Quando falo,
Falo de anos,
Falo de búzios,
Bacias, Mocós.
Quando falo,
Cuidado.

Mais vale um falo,
Do que o não dito?
E quem dita o que falo?
Minhas cadeiras,
Minha luta, sofrer, olhar, viver.
Quando falo jogo palavras, direitos.
Jogo com vozes, sociedades e periferias.
Minha fala é argila, gruda, suja.
É grito repito.
Quando falo,
É isso...
Por que posso.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Para 2012.





Eu ví o fim do mundo.
Ví fumaça e quenturas que saíam da boca dos carros.
Ví doenças que engoliam homens e esferas.
Vi uma galáxia em extinção.
Ví plantas enfermas e peixes sumidos.
Eu ví a Internet engolindo o Um dragão.
Ví o dinheiro correndo atrás de olhos.
Ví o final do horizonte.
Eu ví ranger de dentes,
E montanhas inebriantes de sacos plásticos.
Ví um pai engolindo o filho,
Filho derrubando cão.
Ouví uma barriga rugindo.
E ví um mundo que renascia em chamas de petróleo, euros e torres.
Ví tudo isso em 39°C de praias vazias.
Ao fundo um show beneficente que doava copos.

(...)

Mas o espírito é leve,
E minha memória,
Reciclável.

sábado, 3 de outubro de 2009

Engenheiro de sonhos ou Palavras e Coisas (À Gabriel Garcia)



Das coisas que sabes fazer
Eu sei.
Das coisas já construídas, dos medos, das calmas...
Das coisas e palavras que tu temes
Eu sei.
Das montanhas escaladas e dos tombos...
Das coisas desmoronadas, das chances, dos vícios
Eu também sou.
Das noites mal dormidas, do terno engomado e da família...
Eu tenho.
Das crises mal vividas, dos nomes esquecidos e amantes...
Eu sinto.
Dos teus olhos fortes, fotos e fatos...
Eu vivo.
Das coisas estranhas, terapias e andanças...
Eu temo.
Dos verbos mal construídos, da inveja e do tempo...
Eu sei e sabendo não construo nada que não seja redivivo, futuro e sorte.
Engenheiro dos mais longos e belos sonhos,
Tu és e eu, assisto.
Dos amores esperados, da tua vida em carros, leis e pesos...
Espero.
Do teu sorriso limpo, tua foto em branco e preto, tua vinda, teu semblante, cabelo apaixonante, teus eus, sua bilateralidade.
Eu quero.
Construindo sonhos, como um Guepardo alucinante,
Eu torço.
Das coisas, palavras e eu...
Engenheiro.

Proesia (À Keila Nunes)

Poesia para viver,
Para dizer a ti, a tu e a todos,
Que ainda vale a vida.
Que embora se tropece, o joelho sangre, ainda se anda...
Poesia para não morrer,
De ócio, tédio e susto.
Poesia para viver,
E ter certeza,
Que o onírico não é linear,
Mas é lícito e permitido.
Poesia para a professorinha
Poder sorrir.
Poesia para dizer
A teus olhinhos que prefiro a luz.
Poesia para te ouvir,
Contando histórias,
E estrelas, vitórias e doces.
Poesia para você viver,
Entre laços, abraços,
E saber,
Que a cada dia,
O sol e a vida,
Fazem juntos
A mais bela,
Proesia.