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Pirações de uma pretinha.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tenha medo



Eu pensei em escrever um monte de gritos, 
De colocar em caixa alta toda a minha angústia, 
Letras garrafais de indignação e medo. 
Assumo aqui, 
Tenho medo do racismo, de racista, do olhar deles, 
Do riso entre dentes, amarelo, 
Eu assumo em público e gritando, 
Eu tenho medo de racista!
Tenho mesmo... 
Tenho medo de como eles nos aturam, 
De como nos estilizam, 
E tenho medo de como eles explodem com o nosso estilo.
Vim aqui para dizer desse medo, 
Medo de racismo velado, sem cara.
Quero explicar que tenho medo dos racistas camuflosos,
Os de Rio de Contas que beliscam, 
Racistas! 
E eu tenho medo, do medo que o racista tem, 
Medo de perder um lugar, uma situação... 
Mas mesmo assim, tô aqui para provocar!
Provocar o caos re modelativo das coisas. 
Disso não tenho medo, 
Tenho medo de talvez ficar no mesmo lugar, mesma cara.
Não darei nunca minha cara a tapa pra esses umbigos, 
Não darei. 
Tenho medo de ficar no mesmo, esse lugar. 
Um pouco de medo... 

Minha Mãe me ensinou, 
Que o bicho que mora  de baixo da cama, não pega. 
O bicho? Pega!
Olhei na cara do bicho,
E dei o maior tapa de todos.  
Olhei no fundo dos olhos dele, 

"Olhe esta neguinha." 

E tenha medo... 




terça-feira, 26 de abril de 2011

Ensaio sobre uma cegueira.




No dia em que minha Mãe perdeu a visão, 
Perdeu-se também metade do meu mundo. 
E apareceram então meias, 
Meias flores, meias cores, meias palavras, meios ardores. 
Esse mundo então ficou meio cinza, 
Ou preto, nem sei, 
Só sei que esse dia ficou então marcado. 
Como o dia branco, da mais neutra escuridão.
O dia negro. 
No dia em que minha Mãe perdeu a visão, 
Ficaram tolos todos os gestos, as lágrimas, os tons. 
Minha Mãe, braços estendidos, mãos a "ver" em minha direção... 
Seu toque grosso, endurecido, de quem nunca houvera, se quer uma vez visto com elas.
Meus olhos, que viam bem, no dia em que minha Mãe perdeu a visão, 
Ficaram cegos de amor.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tiros em "Columbine"





Depois de um dia de tiros, sangue e dor,
O que se pensa,
é ódio, fogo, inferno eterno...

Depois de anos de dor e sofrimento,
O que se enxerga é além do bem,
A frente do mal.

Depois de asas, anjos, demônios e caixões,
O que queremos é pureza, a certeza de que punições cheguem.

Depois de tanto nos observar,
A Vida,
pede perdão,
paz
e Amor.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Biutiful.



Beleza, é ainda...
Um avião que finge,
Na distância,
Deveras,
Ser estrela.