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Pirações de uma pretinha.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Condições

Quando perder minha angústia,
Depois que suplantarem minha esperança
Posso morrer.
Quando perder o orgulho,
Quando matar o respeito,
Depois de ouvir a última música triste em dia de festa,
Posso morrer.
Quando assassinarem minha euforia e a covinha do teu sorriso sumir,
Posso morrer.
Quando humilharem meus anseios, derrubarem meus projetos,
Quando não chover mais no Sertão de minha aspereza,
Posso morrer.
Quando a última lágrima cair do teu pesar,
Quando não conseguir mais sorrir da gente,
Posso morrer.

E quando não houver mais medo do passado,
Ai eu renasço.

4 comentários:

Alberto disse...

Às vezes, para responder a um poema é necessário outro. Então, aí vai um de Ruy Espinheira Filho:

Mane, Tecel, Fares

Nosso banquete não sacia
Comi o tempo inutilmente
e inutilmente é a única
palavra do epitáfio.

Mais pesada do que a terra
é a espessa pátina de tantos
desejos e outros venenos
que aqui jazem para sempre.

Sobre o peito, sobre nada
se entrecruzam meus dedos
nus e quebrados por sonhos
cheios de anéis.

Antologia Poética, p. 29.

Preta Guerra disse...

O título dessa minha poesia deveria ser EPITÁFIO, agora lendo Ruy parei pra reparar... Muito bom.

Paco Bailac disse...

Uuuummmmm bella poesia.

un saludo cordial


pacobailacoach.blogspot.com

DOENTE disse...

muito bom!