Quando perder minha angústia,
Depois que suplantarem minha esperança
Posso morrer.
Quando perder o orgulho,
Quando matar o respeito,
Depois de ouvir a última música triste em dia de festa,
Posso morrer.
Quando assassinarem minha euforia e a covinha do teu sorriso sumir,
Posso morrer.
Quando humilharem meus anseios, derrubarem meus projetos,
Quando não chover mais no Sertão de minha aspereza,
Posso morrer.
Quando a última lágrima cair do teu pesar,
Quando não conseguir mais sorrir da gente,
Posso morrer.
E quando não houver mais medo do passado,
Ai eu renasço.
4 comentários:
Às vezes, para responder a um poema é necessário outro. Então, aí vai um de Ruy Espinheira Filho:
Mane, Tecel, Fares
Nosso banquete não sacia
Comi o tempo inutilmente
e inutilmente é a única
palavra do epitáfio.
Mais pesada do que a terra
é a espessa pátina de tantos
desejos e outros venenos
que aqui jazem para sempre.
Sobre o peito, sobre nada
se entrecruzam meus dedos
nus e quebrados por sonhos
cheios de anéis.
Antologia Poética, p. 29.
O título dessa minha poesia deveria ser EPITÁFIO, agora lendo Ruy parei pra reparar... Muito bom.
Uuuummmmm bella poesia.
un saludo cordial
pacobailacoach.blogspot.com
muito bom!
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