Sinto saudades dos amigos
Não consigo chorar,
Falo espanhol e um pouco de inglês.
Tenho amigos?
Falsos amigos e amigos distantes...
Não tenho apetite, mas tenho fome.
Ouço música pra sofrer.
E não consigo sorrir quando alguém diz que devo.
Amo antidepressivo
E as coisas.
Mas não consigo fazer isso às pessoas.
Não sou de verdade,
E odeio mentira.
Eu sou uma montanha de coisas fáceis.
De medos,
E lágrimas.
Odeio drama, mas vivo com ele.
Odeio a minha falta de sensibilidade,
E o peso nos meus ombros...
Sou desequilibrada a qualquer momento...
Sinto-me só,
Sinto-me mal amada.
Tenho horror a isso, mas sei
Que sou assim.
Às vezes quero matar o computador e assassinar meus textos
E fazer viver, algumas pessoas que já morreram.
Meu estômago é fraco e eu também.
Minha vida é uma sucessão de grosserias e desafetos,
Além dos fracassos amorosos...
E das frases incompletas.
Agora você me fale aí a verdade!
Meu viver, não é nada poético.
4 comentários:
O eu-lírico desse poema, apesar da angústia e de toda sua negatividade diante da vida, esqueceu apenas de olhar a sua volta e perceber que ele ou ela é mortal e, portanto, suscetível a todo tipo de mazela humana. Afinal de contas, sofrer faz parte do eu poético. Concorda?
Sinto saudades dos amigos, do que vivi, mas principalmente do que não vivi. será que ainda hei de viver?? Uma vida ideal onde lágrimas sejam de alegrias, onde os amigos sejam amigos e eu não seja tão egoísta a ponto de querer exclusividade, onde a fome de viver, de sentir, de se doar seja saciada, onde as músicas sejam um estímulo ao canto e não pranto, ao amor e não à dor, à alegria e não à covardia... de se esconder numa máscara cômoda, em gestos exatos, em poses exatas, na imagem de um rapaz de bem... mas que no fundo nem sabe pra onde ir... Perdoe minha falta de criatividade, mas isso é o máximo do que conseguiria me mostrar: eu não sei ser melhor. Essa a minha verdade: uma mentira.
"eu não seja tão egoísta a ponto de querer exclusividade", era exatamente isso que sentia quando escrevi, a vida continua mesmo quando você se quebra e mil cacos caem ao chão... Enquanto você cata, eu vivo e quando me quebro, você vive... Embora até emprestemos-nos a pá as vezes para os cacos catar... Viva, seja triste, frio, crie poses, mas VIVA!
Alberto, se não sofresse, qual seria a graça? rs
Obrigada sempre.
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