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Pirações de uma pretinha.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Texto nosso de cada dia

Ler é uma relação de amor que se tem entre olhos e texto.
Mas que texto?
Texto de todo o lugar!
Texto roupa, cabelo, texto nuvem e papel.
Texto letra, texto livro, texto...
Do mesmo jeito que vão variando em variedades várias,
Vem o leitor,

Leitor de banheiro.
Aproveita aqueles momentos de privacidade para dar uma atualizada,
Lê rótulo de sabonete, de shampoo, de condicionador.
Lê geralmente 2 vezes ao dia, mas a depender da constipação demora a comparecer ao espaço latrino-leitor.

Leitor de outdoor,
Sem querer já leu.
Lê sem saber, lê rápido, no sinal ou na caminhada.
Lê sempre.

Leitor de rótulos, como já disse há pouco,
Lê no banheiro, lê no supermercado,
Na farmácia, no motel, no restaurante.
Rótulo de maionese.

Leitor de internet,
Lê rápido, pincelando, escolhendo, sem parar,
Entra no face, entra no blog, entra no twitter,  
Sai lendo...
Pulando de página em página.
Deixa pra ler depois,

Não esqueçamos do leitor de gente,
Lê cabelo,  vestir, Lente de contato, entra ai o leitor de etiqueta,
Leitor de gente, lê caminhado, risada, olhares, unhas e sapatos.
"Menina que usa esse tipo de sapato, boa coisa não é."

Leitor de ônibus, não posso esquecer!
Lê outdoor, busdoor, placas, pessoas, praias, tempo, carros, buzinas e baleiros.
"Pudia tá robano"

Leitor de bula, sabe pra que serve tudo,
Quantas gotas e contra indicações.

Leitor de televisão, na minha opinião,
Só lê porcaria.

Leitor de nível superior incompleto,
Lê sem querer,
Ensaios,
Resumos,
Tratados,
Resenhas,
Apostilas...
Sem querer.
Mas nas férias vira leitor de prazeres, ou não.

O leitor de filmes, repete as cenas quantas vezes quiser ler!
O leitor de músicas é biscoito fino,
Lê cada coisa boa, mas lê sem querer, ouvidos ávidos circulam pelos pagodes, arrochas e firulas então.

O leitor livre, lê no papel, sente o cheiro, lê pulando páginas, quando quer, de noite, madrugada, amanhã, ontem,
Lucinda, Drummond, Barthes, Chiossi, Lispector, Meireles.

Que não morra nunca o leitor,
Fazendo amor com as palavras esse voyeur livre,
Esse Contemporâneo, antigo olheiro das linhas andantes
De todo o lugar!